Saturday, July 26, 2014

San Sebastián, Europe's Rio























































San Sebastián, or Donostia in Basque language, is a coastal city in the Spanish autonomous region of the Basque Country, in Spain. The city is often called Europe's Rio de Janeiro. Comparisons are logic and similarities are more than obvious. The city shows a picturesque coastline with a shell bay, whose name was taken precisely from its shape, being similar to the Bay of Guanabara in Rio de Janeiro, and has two hills that crown and overlook over the city. San Sebastián has therefore two Corcovados: Mounts Urgull and Igueldo.

Although the choice can be difficult, Mount Igueldo is perhaps the one that offers the best views. To reach the top, as in Pão de Açúcar, Igueldo has a funicular. From its viewpoint, people can get splendid views over the city (first photo). On other side, it is possible to see its twin, Mount Urgull, with the enormous statue of Jesus Christ on the summit, and also a fortress. In the middle of the shell-shaped bay there is the cute and steep Santa Clara Island.

San Sebastián also offers to its visitors a marvelous beach. The sand of Ondarreta (second photo) will delight summer tourists and, although the currents are treacherous, the scenery is gorgeous, having two twin hills on each side of the bay and Santa Clara Island right at the front, making this a perfect panorama.

The rugged coast of Basque Country has a special enchant and San Sebastián is not an exception. Here the wild sea fights against earth with all its energy, creating moments of pure magic. On the edge of the bay, next to Mount Igueldo, stands Peine del Viento ("Comb of the Wind"), perhaps the most known work by the Basque architect Luis Peña Ganchegui, and established around an area where the sea waves beat the rocks and the sculpture (third photo), frequently reaching an impressive height.

This Basque town will certainly delight its visitors with its splendid beach, rough sea and breathtaking views.


San Sebastián, ou Donostia no idioma basco, é uma cidade costeira da região autónoma espanhola do País Basco. A cidade é habitualmente apelidada de Rio de Janeiro na Europa. As comparações são lógicas e as parecenças são mais que óbvias. A cidade apresenta uma costa pitoresca, com uma baía em concha, cujo nome adquiriu precisamente devido à sua forma, sendo esta semelhante à Baía de Guanabara no Rio de Janeiro e com dois montes que coroam e observam a cidade. San Sebastián possui assim dois Corcovados: os Montes Urgull e Igueldo. 

Apesar da escolha ser difícil, o Monte Igueldo será talvez aquele que oferece as melhores vistas. Para atingir o topo, à semelhança do Pão de Açúcar, Igueldo dispõe de um ascensor. À chegada à estação superior encontram-se uma torre e um miradouro. Daqui conseguem-se obter vistas esplêndidas sobre a cidade (primeira foto). Do outro lado, consegue-se vislumbrar o seu gémeo, o Monte Urgull, com a sua a enorme estátua de Jesus Cristo no cimo e ainda um forte. No centro da baía em forma de concha situa-se a formosa e inclinada ilha de Santa Clara. 

San Sebastián presenteia igualmente os seus visitantes com uma fantástica praia. O extenso areal de Ondarreta (segunda foto) fará as delícias dos veraneantes e, embora as correntes marítimas sejam traiçoeiras, o cenário é deslumbrante, com os dois montes gémeos de cada lado da baía e a Ilha de Santa Clara no centro do panorama.

A costa recortada do País Basco tem um encanto especial e San Sebastián não foge à regra. Aqui o mar bravo enfrenta a terra com toda a sua energia, propiciando momentos de puro encanto. No extremo da baía, junto ao Monte Igueldo, encontra-se o Peine del Viento (Pento do Vento) talvez a obra mais conhecida do arquitecto basco Luis Peña Ganchegui, estabelecida ao redor de uma área, em que ondas do mar revolto atingem as rochas e a escultura (terceira foto), atingindo uma altura impressionante.

Esta cidade basca irá certamente maravilhar os seus visitantes com a praia esplêndida, mar bravo e vistas de tirar o fôlego.

Tuesday, July 22, 2014

Lake Ohrid, Balkan Sapphire






























No words will be enough to describe Ohrid. Lake Ohrid, the "Sapphire of the Balkans", bathes this little city in the Republic of Macedonia and establishes the border between the country and the neighbor Albania. Here ended the former Yugoslavia, and was also the limit of the settlements inhabited by South Slavs, or it was not this the designation of the country: Yugo (south) + Slavia (Slavic land).

The beauty of this lake is astonishing. The Church of Saint John at Kaneo (first photo), with a marvelous view over the lake and the beach with the same name, is an usual visit card of Macedonia. From here, it is possible to get a privileged panorama and see Albania, on the other side. In fact, these two countries share not only this natural border, but all the beauty from it.

Ohrid is not only known for its natural beauty. The city boasts a unique past and, from chronicles, some of them ottoman, it was said that Ohrid had a total of 365 chapels in the past, something like one for each day of the year. Today its number is considerably lower, but the city is still full of little byzantine churches and chapels, next to imposing monasteries and cathedrals, which demonstrate the religious past and importance of Ohrid. Each church certainly has a story to tell to their visitors and inside of them there are priceless frescoes. From these temples, the most prominent are Saint Sophia Cathedral and the Monastery of Saint Clement and Saint Panteleimon. Saint Sophia Cathedral (second photo) was modeled after Constantinople's Saint Sophia and has lined columns creating pleasant arcades. Walking uphill, stands the Monastery of Saint Clement and Saint Panteleimon, originally a 5th-century basilica, with relics of these saints. Next to it, there is an apparently empty field, which is Archaeological Complex of Plaošnik, showing the foundations of a 4th-century church and mosaics of flora, birds and animal life.

The city is situated on a steep hill overlooking to the lake. At the top stands the Samuil's Fortress (third photo), named after the first emperor of Bulgaria, whose territory stretched till here and later became the capital. Ohrid has also a Roman Amphitheater, initially built to host theater, but later was used also to receive gladiators.

Ohrid is therefore a good choice for people traveling around the Balkans and looking for a combination of a rich historical and religious past with the natural beauty of breathtaking landscapes.


Quaisquer palavras serão insuficientes para descrever Ohrid. O Lago Ohrid, "A Safira dos Balcãs", banha esta pequena cidade da República da Macedónia e estabelece a fronteira entre o país e a vizinha Albânia. Aqui terminava a antiga Jugoslávia e era igualmente o limite dos povoamentos habitados pelos povos eslavos do sul, ou não fosse essa a própria designação do país: Jugo (sul) + Eslávia (terra eslava).

A beleza deste lago é indesmentível. A Igreja de São João no Caneo, com uma vista deslumbrante sobre e a praia com o mesmo nome, é um cartão de visita habitual da Macedónia. Daqui, é possível obter um panorama privilegiado e vislumbrar a Albânia, do outro lado. De facto, estes dois países partilham não só esta fronteira natural, mas também a beleza inerente a ela.

Ohrid não é conhecida apenas pela sua beleza natural. A cidade orgulha-se do seu passado ímpar e, em diversas crónicas, entre as quais otomanas, era afirmado que Ohrid possuía ao todo 365 capelas, qualquer coisa como uma para cada dia do ano. Hoje o seu número é consideravelmente inferior, mas na cidade proliferam ainda pequenas igrejas e capelas bizantinas, rodeadas de imponentes mosteiros e catedrais, que demonstram o passado rico e importância de Ohrid a nível religioso. Cada igreja terá certamente a sua história para contar aos seus visitantes e no seu interior encontram-se frescos de valores incalculáveis. Destes templos, destacam-se a Catedral de Santa Sofia e o Mosteiro de São Clemente e São Pantaleão. A Catedral de Santa Sofia (segunda foto) foi projectada seguindo o modelo da Santa Sofia de Constantinopla e apresenta colunas perfiladas, criando arcadas bastante elegantes. Um pouco acima, encontra-se o Mosteiro de São Clemente e São Pantaleão, originalmente uma basílica do século V, onde podem ser vistas relíquias desses santos. Logo ao lado, pode-se encontrar aquilo que parece um campo raso, mas que se trata do Complexo Arqueológico de Plaošnik, apresentando as fundações de uma igreja do século IV e mosaicos representando a flora, pássaros e vida animal.

A cidade situa-se numa colina escarpada com vista para o lago. No topo enconta-se o Forte de Samuel (terceira foto), que recebeu o nome do primeiro imperador da Bulgária, cujo território se estendia até aqui e que mais tarde viria a receber a capital. Ohrid possui também um Anfiteatro Romano, inicialmente construído para receber peças de teatro, mas que mais tarde seria usado para receber gladiadores.

Ohrid é assim uma óptima escolha para quem pretende aventurar-se pelos Balcãs e procura a combinação de uma passado histórico e religioso rico com belezas naturais de tirar o fôlego.

Sunday, July 20, 2014

Day 1: Moscow (0km) - Part 4































There we are at Yaroslavl Terminal Station, in Moscow, ready for the moment we were both waiting for: the departure. It is not our first departure, but this is certainly going to be the hardest of our trips, not only due to the length and several kilometers, but also due to intensity that we are going out visit the main Russian cities in a very short time, managing many several timetables and transports in a country where unpredictability is something take into account. We are at kilometer zero and precisely 9.288 kilometers to our destination. Although we are focused, we smile, understanding the importance of trips for us.

Carrying our backpacks, and after verifying several times our first ticket, we approach our carriage. Many people are passing us with their big suitcases and belongings, moving on the platform like little ants, with the goal to enter in the train as soon as possible. Me and Andreja let ourselves to stay behind and therefore we can enjoy the moment and also the marvelous sunset, disappearing on the horizon, like the sun is falling on the railways (first photo).

In Russia, tickets are verified two times, one of the them at the entrance of the train. Conductors are therefore at the door of the carriage they supervise. When showing the tickets comes the first problem: we are not on the passengers' list. It is not possible! We have done the online check-in, thus, we have to be on it. The lady looks many times times at our passports and tickets, which are printed on A4 sheets, and she does not understand what is going on. How could this happen? Are we going to miss the first train and our trip ends here? Facing this dead-lock, Andreja has a good idea: to show the tickets we have just printed from the machines. The conductor smiles ironically: "Why you did not show these tickets before? Now it is clear what happened: we made the check-in online previously, but we have annulled it by printing new tickets. Solved the problem, we enter.

We easily find our seats and we put the bags under Andreja's bed. The experience aboard of Russian trains has shown us that this is the best strategy. By occupying a lower bed we would be sure that our belongings are safe, since there are some cases of thefts in the trains. This happen when people go to the toilet, restaurant, or even outside, during the several stops till Vladivostok, which can last from only 5 minutes to around 1 hour, therefore used not only for passenger boarding, but also making it possible for the ones already installed to stretch their legs and take fresh air. On the other hand, by taking the upper bed, right above the other, we avoid that a stranger can sit on the lower bed during the day.

The conductor announces the closing of the doors, and so the train starts moving on the tracks that guide us to the unknown. She comes to check the tickets and give us the set of sheets, pillow case and towel, additional services paid in exchange of 105 rubles (roughly 2,50 euro). Without this supplement, it is not allowed to use the mattresses, unless we have a sleeping bag.

Andreja goes to the toilet to change her clothes and I wait for her, preparing my bed. On my place there is a strange object. From the first sight it looks like a simple handle from a travel bag and, thinking this way, I take this aparently useless piece of textile and I put it in the trash next to the WC. Meanwhile, Andreja comes back and we talk. Suddenly, I notice other "handles" hanging on upper beds and I finally realize their utility: anti-fall protection, avoiding people to fall from their respective beds (second picture). This was a new situation for me, since, in all the trains I traveled, this anti-fall protection was done by retractable metal bars. Thus, I see myself obliged, and also ashamed, under the laughs of people observing me, to go to trash and take back that little thing that I have thrown away. For sure the other passengers thought how idiots these foreign tourists can be...

On our side, there are Marina and little Pasha, mother and son (third photo). At the beginning they are bit afraid, speaking to us only few words in english, but then they quickly realize that we are able to speak fluently Russian and we start a conversation. They are from Yekaterinburg and they are traveling around European Russia. These are going to be our neighbors till our stop in Perm. Lights are switched off and it is time to sleep.


Aqui estamos nós na Estação Terminal de Iarosvlavl, em Moscovo, ambos prontos para o momento que tanto ansiávamos: a partida. Não é a nossa primeira partida, mas esta será certamente a mais exigente das nossas viagens, não só pela duração e quilometragem, mas igualmente pela intensidade com que vamos tentar percorrer as principais cidades russas num curto espaço de tempo, conciliando vários horários e transportes, isto num país onde a imprevisibilidade é um factor a ter conta. Estamos no quilómetro zero e a precisamente 9.288 quilómetros do nosso destino. Estamos concentrados, mas não deixamos de sorrir ao perceber a importância desta viagem para nós.

De mochila às costas e, após verificar várias vezes o nosso primeiro bilhete, encaminhamo-nos para a nossa carruagem. Por nós passam diversas pessoas atarefadas com os seus malões e pertences, percorrendo a plataforma como que formiguinhas, com o objectivo de entrar o mais cedo possível para o comboio. Eu e a Andreja deixamo-nos ficar para trás e aproveitamos para desfrutar do momento e do magnífico pôr-do-sol que se perde no horizonte, como se o sol estivesse a cair sobre a linha do comboio (primeira foto).

Na Rússia, os bilhetes são verificados duas vezes, uma delas à entrada do comboio. As revisoras encontram-se assim à porta das carruagens que supervisionam. Chegado o momento de apresentar o bilhete vem a primeira contrariedade: não estamos na lista de passageiros. Não pode ser! Nós efectuámos o check-in online, por isso, temos de estar nela. A revisora olha várias vezes para os nossos passaportes e bilhetes impressos em folhas A4, sem perceber o que se está a passar. Mas como pode isto nos acontecer? Será que vamos perder logo o primeiro comboio e a nossa viagem fica por aqui? Perante o impasse, a Andreja tem uma boa ideia: mostrar os outros bilhetes que tínhamos acabado de imprimir nas máquinas. A revisora sorri e diz-nos num tom trocista: "Porque não mostraram estes bilhetes antes?" Agora é perceptível o que se tinha passado: tínhamos feito previamente o check-in online, contudo tinhamo-lo anulado com a impressão de novos bilhetes. Resolvido o problema, entramos.

Encontramos facilmente os nossos lugares e colocamos as mochilas debaixo da cama que estava destinada à Andreja. A nossa experiência a bordo de comboios russos mostrou-nos que essa seria a melhor estratégia. Ocupando uma cama inferior ficaríamos com a certeza de que os nossos pertences estariam seguros, pois existem alguns casos de roubos nos comboios. Isto acontece aquando de deslocações à casa  de banho, restaurante, ou mesmo ao exterior, durante as muitas paragens até Vladivostoque, que podem durar entre 5 minutos a cerca de 1 hora, servindo não só para embarque de desembarque de passageiros, mas igualmente para quem já está instalado poder desentorpecer as pernas e apanhar ar. Por outro lado, ao escolhermos uma cama superior, sendo esta por cima da outra, invalidamos as contrariedades do ocupante dessa cama ser um desconhecido e querer sentar-se na cama inferior durante o dia.

Após o grito da revisora, sinalizando o fecho das portas, o comboio inicia a sua marcha nos caminhos-de-ferros que nos guiam rumo ao desconhecido. A revisora chega para conferir os bilhetes e dar-nos o conjunto de lençóis, fronha e toalha, serviço adicional pago mediante a quantia de 105 rublos (sensivelmente 2,50 euros). Sem esse suplemento, não é permitido o uso dos colchões, a não ser que disponhamos de sacos-cama.

A Andreja vai à casa de banho para trocar de roupa e eu fico à espera, preparando a minha cama. No meu lugar está um objecto estranho. À primeira vista parece-me uma simples pega de um saco de viagem e, julgando dessa forma, pego nessa tira de tecido aparentemente sem utilidade e ponha-a no lixo, junto ao WC. Entretanto a Andreja volta e conversamos. De repente,  reparo em outras "pegas" em cada cama superior e entendo finalmente a utilidade das mesmas: protecção anti-queda, evitando que as pessoas caiam das camas respectivas (segunda foto). Esta foi uma situação nova para mim, pois em todos comboios onde viajei, essa protecção anti-queda era feita por barras de metal articuláveis. Logo, vejo-me obrigado, com alguma vergonha e, debaixo dos risos das pessoas que me observavam, a ir buscar ao lixo aquela coisa esquisita que tinha jogado fora. De certeza que pensavam o quão idiotas os turistas estrangeiros podem ser...

Ao nosso lado, estão a Marina e o pequeno Pacha, mãe e filho (terceira foto). De início ficam receosos, a falar connosco algumas palavras em inglês, mas depois percebem que falamos russo fluente e desenvolve-se a conversa. mãe e filho São de Iecaterimburgo e encontram-se fazer uma viagem pela Rússia europeia. Estes serão os nossos vizinhos até à nossa paragem em Perm. As luzes apagam-se e é tempo de dormir.

Tuesday, July 15, 2014

Tour of Russia in magnets...






















































Here you can find my personal collection of magnets from Russia. I have tried to sort them more or less by geographic location:

Saint Petersburg, Leningrad Region and Around (first photo)
Moscow, Golden Ring, Volga and Around (second photo)
Urals, Siberia and Far East (third photo)


Aqui está a minha colecção pessoal de ímanes da Rússia. Eu tentei dispo-los mais ou menos por localização geográfica:

São Petersburgo, Região de Leninegrado e Outras (primeira foto)
Moscovo, Anel Dourado, Volga e Outras (segunda foto)
Urais, Sibéria e Extremo Oriente (terceira foto)

Thursday, July 10, 2014

Guča, Trumpet Assembly
























































The first time I heard about Guča, I was travelling in the Republic of Srpska, North of Bosnia. Waiting for a bus connection, I start to hear the noise of horns and people singing. Far way, coming from a mountain road, it was possible to see many cars with Serbian flags, full of people singing out loud and drinking beer. The parade was so long that looked like the peloton of the Tour of France. One car stopped next to me and, maybe because I was carrying my backpack, someone opens the window and asks me in Serbian: "Hey, boy! Are you going to Guča? Do you want a ride?" I answer with a question, revealing my ignorance and curiosity about where is Guča and what is going on there. "You do not know? Guča is the greatest event in the region! Come with us!"I know that this kind of invitations and offers are completly normal in Balkans, however I already had plans and route defined, and so I thank them and decline the proposal.

It was the first time I heard about Guča. Back home, I had to get more information about it. Guča is a small village in Serbia (first photo), near Čačak, with only 2.000 inhabitants. However, the villages gets bigger, every summer, in order to organize the greatest festival of Balkan folk music. On the other hand, the village turns out to be too small to receive about 100.000 daily visitors, who follow the winding mountain roads in order to stand their tents in the Meca of gypsy Balkan music (second photo).

The streets of Guča are full of joy and fun, with many bands playing in fanfares and people colaborating, dancing in circules the kolo, a south slavic traditional dance. The fanfares, playing trumpets and horns, approach visitors and propose : "If you give me 150 dinars (1,50 euro), I play for you during 20 seconds" . The joy is contagiating and visitors easily enter in the spirit of the party.

In the end of the night, the stadium gets full to receive concerts of traditional folk bands or even famous names, such as Goran Bregović & the Wedding and Funeral Band (third photo), or father and son, Boban and Marko Marković. But the party keeps moving on the streets until the dawn of the day.

Below, I leave links for the concert that I had the opportunity to watch in 2010, corresponding with the 50th edition of this festival. Goran Bregović, songwriter of many songs from the soundtracks of Emir Kusturica's movies, gave a fantastic performance, for the happiness of people who came to the festival.

Guča Festival is a smart choice for someone who likes adventures and alternative festivals, out of the usual environment lived in Western Europe. The festival reaching its 54th edition and it has already the dates from 6th to 10th August.


A primeira que ouvi falar de Guča, estava a viajar na República da Srpska, norte da Bósnia. Esperando uma ligação de autocarro, começo a ouvir o barulho de buzinas e cânticos. Ao fundo, vindos da estrada de montanha, vislumbram-se vários carros trajados com bandeiras da Sérvia, cheios de pessoas a cantarem a plenos pulmões e a beberem cerveja. O cortejo era longo e mais parecia o pelotão da Volta à França. Um carro pára junto a mim e, talvez por eu estar de mochila às costas, alguém abre a janela e perguntam-me em sérvio: "Ei rapaz! Vais para Guča? Queres boleia?" Respondo com uma pergunta, revelando a minha ignorância e curiosidade sobre onde fica e o que se vai passar lá. "Não sabes? Guča é o maior acontecimento da região! Vem daí connosco!" Sei que este tipo de convites e oferta de boleia são completamente normais nos Balcãs, contudo já tinha os meus planos e roteiro definido, por isso, agradeço e recuso a proposta.

Foi a primeira vez que ouvi falar de Guča. De regresso a casa, não descansei enquanto não obtive mais informações. Guča é uma pequena vila sérvia (primeira foto), perto de Čačak, com apenas 2.000 habitantes. No entanto, a vila engrandece-se, todos os verões, para organizar o maior festival de música tradicional balcânica. Por outro lado, a vila torna-se pequena para receber os cerca de 100.000 visitantes diários, que percorrem as sinuosas estradas de montanha para montar a tenda na Meca da música cigana dos Balcãs (segunda foto).

As ruas de Guča enchem-se de animação, com várias bandas a tocar em fanfarra e com as pessoas a colaborarem, dançando em círculos o kolo, uma dança tradicional dos povos eslavos do sul. As fanfarras, tocando trompas e trompetes, não fazem por menos e apregoando: "Se me deres 150 dinares (1,50 euros), eu toco para ti durante 20 segundos." A alegria é contagiante e os visitantes entram facilmente no espírito da festa. 

Ao final da noite, o estádio enche-se para receber bandas tradicionais ou ainda nomes mais consagrados como Goran Bregović (terceira foto) ou pai e filho, Boban e Marko Marković, mas a festa continua pelas ruas, até ao sol raiar. 

Em baixo deixo links do concerto que tive a oportunidade de assistir em 2010, que correspondeu aos 50 anos do festival. O Goran Bregović, compositor de várias músicas pertencentes à banda sonora dos filmes de Emir Kusturica, deu um concerto fantástico, levando ao rubro as muitas pessoas que acorreram nesse ano ao festival.

O Festival de Guča é uma óptima opção para quem gosta de aventuras e festivais alternativos, fora dos habituais ambientes vividos na Europa. O Festival vai realizar brevemente a sua 54ª edição e já tem datas marcadas de 6 a 10 de Agosto.

Goran Bregović 

Mesečina
https://www.youtube.com/watch?v=ZFApPTKIR4U

Čaje, šukarije
https://www.youtube.com/watch?v=TU4Bm9wO_w0

Šoferska
https://www.youtube.com/watch?v=NIBwuD9XDMo

Đurđevdan
https://www.youtube.com/watch?v=cglYFJUsWtE

Alo Alo - Gas Gas
https://www.youtube.com/watch?v=I89oGR4hYlY


Manijači 
https://www.youtube.com/watch?v=H8zJq3EkEs8

Na'tan Ixara Oikopedo
https://www.youtube.com/watch?v=YYLDBeiPTjU

Gas Gas
https://www.youtube.com/watch?v=yRz1Fht4kv4

Šta ima novo
https://www.youtube.com/watch?v=mHNdtMhHKPo

Ružica si bila 
https://www.youtube.com/watch?v=8MvGYtKfVXk

Underground čoček 
https://www.youtube.com/watch?v=hDzvFaTKizY

Wednesday, July 9, 2014

Russian Tickets and Curiosities
















Here is an example of the beautiful train tickets sold in Russia (first photo). They are printed predominantly in salmon tones, similar to 5.000 rubles banknotes, the bills with the highest face value, with the map of the country and a train as watermark.

Tickets can be acquired at the several ticket offices open across the country and through the internet. The website of Russian Railways (RZhD) has an English version, very poor though. Therefore, it is useful to have some basics of Russian language and specificities about Russian trains and services.

When you buy a ticket you have usually 3 classes:
1st Class (Deluxe)
2nd Class ("Kupe") - compartiment with 4 bunk beds
3rd Class ("Platskart") - common carriage full of bunk beds (about 50)

Note: All timetables concerning departures and arrivals follow Moscow time, meaning that indepently where you are, and Russia has 11 time zones, there is a single time reference. This can be a bit confusing, because you can travel between two cities very far from Moscow and the time you booked, or written on the tickets, can be totally different from the local time. Therefore, Moscow time is a kind of "lingua franca"for travellers in Russia. In fact, the clocks hanging at train stations, all around the country, follow Moscow time.

I remember, in a mix of nostalgia and relief, the times I went to Moscow Terminal Station, in Saint Petersburg, to buy tickets for my trips. Nostalgia remembering unforgettable trips, relief because it can be a long and tedious process.

You basically come to the train station and see several ticket offices open, all of them with very long queues. It is logical, train is the most popular and viable mean of transport in Russia. The only thing we can do is to move to to end of the queue and wait patiently our turn to come. In the worst case scenario, and it already happened to me, you are the next person and the ticket office closes for lunch or what they call "technical break". Well, let's be optimistic and not think about this... It is good to check the timetable of the ticket office for not getting this kind of surprises.

Maybe for this reason Russians really do not like queuing. It is usual situation when someone comes and asks: "Who is the last?". Like the notion of queue was not enough self-explanatory about who is the last... However, this is in Europe where queues are made accordingly. In Russia there are small differences. There are people who follow the queue, with their eyes, from distance, others who come to the station in groups and spread to try their luck in multiple queues, or even the ones who ask for a little favor: "Excuse me,  can you please have a look at my bag for a moment? I will be right back." Well, let's stop talking about something so boring like staying in queue.

Actually I should be already in the black list of Russian stations, because of all the tickets (second photo) I made the workers to print and my very long name that made them go close to madness: Pedro Miguel Neves Pimenta Freire- Yes, we have very long names in Portugal. I would like to recall a small episode that happened when I went to buy tickets for the very first time in Russia.  At this time the lady looked very surprised at my passport with so many names and asked: "So many names...! And which one is your patronymic?" I reply that I do not have any. "5 names and you do not have a patronymic?" I answer again that no, these are two given names and 3 family names". She looks again at my passport and gives it back to me: "Then I am not able to sell you the tickets." I get speechless for a moment. I would never expect to try to buy tickets and getting my order refused for not having a patronymic (name of the father). Perhaps she wants to check my the name of my parents on my ID? Obviously I insist. In Russia if a foreigner is not persistent and gives up easily he is done. She takes my passport again and introduces the data. Suddenly, there are once again signs of difficulties: "Your name is too long! It is not possible to insert it..." I can't hide my impatience and tell her that I have names if she could be so kind to choose any possible combination of them and give me the tickets. And it was like that. For sure this quite an usual situation, but I can say that my name was never indifferent to eyes of the ladies working at Russian ticket offices....


Information on the ticket (third photo)

First line: Train number. Date and time of departure. Carriage number and class. Price. Tariff.
Second line: Stations of departure and arrival.
Third line:  Seat number.
Forth line: Internal codes.
Fifth line: Passport number. Family names and first names' initials.
Sixth line: Total price and supplements.
Seventh line: Date and time of arrival.
Eigth line: Note: "Departure and arrival times on Moscow time".


Aqui está um exemplar dos bonitos bilhetes vendidos na Rússia (primeira foto). Estes são impressos em tons predominantemente cor de salmão, semelhantes à nota de 5.000 rublos, a nota de maior valor facial, com o mapa da federação e um comboio em marca de água.

Os bilhetes podem ser adquiridos nas muitas bilheteiras abertas por toda Rússia e através da internet. A página da internet da Companhia de Caminhos-de-Ferro Russos (RJD) apresenta uma versão em inglês, se bem que bastante pobre. Deste modo, convém ter alguns conhecimentos de russo e das especificidades e serviços oferecidos nos comboios russos.

Nota: Todos horários relativos a partidas e chegadas seguem o fuso horário de Moscovo, o que significa que, independente da localização e, a Rússia possui 11 fusos horários diferentes, há apenas um tempo de referência. Isto pode ser um pouco confuso, porque uma pessoa pode estar a viajar entre duas cidades bem distantes de Moscovo e a hora de partida que reservou, ou que se encontra escrita no bilhete, pode ser totalmente diferente da hora local. Assim, a hora de Moscovo é uma espécie de "língua franca" para os viajantes na Rússia. De facto, os relógios existentes nas estações ferroviárias do país seguem a hora de Moscovo.

Note: All timetables concerning departures and arrivals follow Moscow time, meaning that indepently where you are, and Russia has 11 time zones, there is a single time reference. This can be a bit confusing, because you can travel between two cities very far from Moscow and the time you booked, or written on the tickets, can be totally different from the local time. Therefore, Moscow time is a kind of "lingua franca"for travellers in Russia. In fact, the clocks hanging at train stations, all around the country, follow Moscow time.


Recordo, num misto de saudade e alívio, as muitas vezes em que me dirigi à Estação Terminal de Moscovo, em São Petersburgo, para comprar bilhetes para as minhas viagens. Saudade por recordar viagens inesquecíveis, alívio por ser um processo algo moroso.

Uma pessoa chega basicamente à estação e depara-se com várias bilheteiras abertas, porém todas com longas filas. É lógico, o comboio é o meio de transporte mais popular e viável na Rússia. Resta dirigir-se para o fim da fila e esperar pacientemente que a sua vez chegue. O pior que pode acontecer, e já me aconteceu, é ser a próxima pessoa para ser atendida e a bilheteira fechar para almoço ou aquilo a que eles chamam de "pausa tecnológica". Bem, vamos ser optimistas e não pensar nisso... Convém verificar o horário da bilheteira para não ter este tipo de surpresas.

Talvez por essa razão, os russos não gostam de filas. É típico chegar alguém e perguntar: "Quem é o último?". Como se a própria noção de fila não implicasse que a última pessoa não representasse o último lugar... Mas, isso é na Europa onde as filas se desenvolvem ordeiramente. Na Rússia existem pequenas nuances. São frequentes as pessoas que acompanham a fila, com os olhos, à distância, outras que vêm comprar bilhetes em grupo para tentar a sua sorte em múltiplas filas, ou mesmo aquelas que pedem um favorzinho aos seus companheiros de infortúnio: "Olhe, pode olhar pelo meu saco só um momento? Eu já venho." Mas, chega de falar de algo tão aborrecido como estar numa fila. 

Na verdade, já devo estar na lista negra das estações russas, pelos muitos bilhetes (segunda foto) que fiz as empregadas imprimir e pelo meu nome longo, que as consegue levar aos limites da loucura: Pedro Miguel Neves Pimenta Freire. Sim, temos nomes bastante longos em Portugal. Gostaria de relembrar um pequeno episódio, que se passou quando comprei bilhetes pela primeira vez na Rússia.  Dessa vez, a senhora, olhando estupefacta para o meu passaporte com tantos nomes e pergunta-me: "Tantos nomes...! E qual é o seu patronímico?". Respondi-lhe que não tinha. "5 nomes e não tem patronímico?" Respondo-lhe educadamente que não, que são 2 nomes próprios e 3 apelidos. Olha mais uma vez para o meu passaporte e devolve-mo: "Então não lhe posso vender os bilhetes..." O meu queixo cai de espanto. Nunca esperaria ver recusada a compra de bilhetes por não ter um patronímico (nome do pai). Será que quer ver a minha filiação no meu bilhete de identidade? Como é óbvio insisto. Na Rússia o estrangeiro que não for persistente e ceder à primeira está feito. Volta a pegar no meu passaporte e a digitar os dados. De repente, notam-se novamente dificuldades: "O seu nome é muito longo! O sistema não permite digitá-lo." Não consigo esconder a irritação agora e digo-lhe que, já que tenho 5 nomes, que escolha a combinação dos que forem precisos mas que por favor me venda os bilhetes. E assim foi... É certo que esta tratou-se de uma situação excepcional, mas posso dizer que passei por outras em que o meu nome não passou indiferente aos olhos das senhoras das bilheteiras russas...


Informação no bilhete (terceiro foto)

Primeira linha: Número do comboio. Data e hora da partida. Número da carruagem e classe. Preço. Tarifa.
Segunda linha: Estações de partida e chegada.
Terceira linha:  Número do lugar.
Quarta linha: Códigos internos.
Quinta linha: Número do passaporte. Apelido e nome.
Sexta linha: Preço total e suplementos.
Sétima linha: Data e hora de chegada.
Oitava linha: Nota: "Horários de partida e chega no fuso horário de Moscovo".

Sunday, July 6, 2014

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